Centenas de cidadãos namibianos, diariamente atravessam a fronteira com a província do Cunene, para comprar produtos, como massango e massambala uns para fins comerciais e outros para o consumo, devido o baixo preço e a pouca colheita de cereais que se verifica naquele país vizinho, por causa da seca.

De acordo com um levantamento, feito pelo o Jornal de Angola, ontem (13) nos principais mercados informais da cidade de Ondjiva, verificou que diariamente namibianos compram entre 600 a mil quilos de massango e massambala para levarem ao país vizinho, com o propósito de comercialização e também para o consumo próprio, por falta destes cearias na Namíbia.
Em entrevista ao J.A, Maria Indira Penehafo diz ser vendedora de massango no mercado de Oshomukuiyo, em Ondjiva, há mais de 10 anos e afirma que nos últimos dois anos se nota um grande vai e vem de namibianos no seu local de venda para comprar o produto. “Só agora é que notei que são namibianos e posso mesmo aqui dizer sem errar que são os nossos maiores clientes aqui na praça”, salientou.
Questionada sobre o facto de os namibianos preferirem comprar o massango e massambala no Cunene em detrimento do seu país, Maria Penehafo diz que também já os questionou e a resposta foi sempre o baixo preço que comercializam e facto de naquele país produzirem pouco estes cereais, muito por causa da seca que também vivem.
Por seu turno, Isabel Petronila, outra vendedora de massango e massambala no mercado de Oshomukuiyo, explicou que o aumento nos últimos tempos de cidadãos namibianos nos mercados locais se deve ao facto do preço destes produtos na Namíbia custar neste momento o dobro ou o triplo do que é comercializado em território angolano.
Isabel fez saber que nos mercados de Ondjiva, por exemplo, o quilo de massango é comercializado por 120 kwanzas, enquanto em Oshikango e Oshakati, na Namíbia, custa 15 dólares namibianos, equivalente a 500 kwanzas.
A desvalorização do Kwanza está a levar vários angolanos a transferir o negócio da venda de cereais para a vizinha Namíbia, onde o acesso ao dólar local permite multiplicar os rendimentos. A aposta tem intensificado o movimento na vikla fronteiriça de Santa Clara e em outros pontos da fronteira comum.
Um saco de 50 quilogramas de massango comprado por 6.000 kwanzas no Cunene rende o equivalente a 14.000 kwanzas quando é comercializado em dólar namibianos.
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