Curto-circuito entre agricultores e banca

Ao se conferir a quantas anda o sector agroindustrial no país, impõe-se um frente a frente entre produtores agrícolas e a banca para juntos radiografar a produção nacional. 01.09.2022

Se de um lado, sabe-se que a falta de infraestruturas de apoio aos pólos agroindustriais: água, energia, vias de comunicação constitui a queixa de há muito apontada por homens do agro-negócios. O tom crítico sob de nota ao se referirem ao crédito agrícola.

“Ora, o facto de nos últimos dois anos, o Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA) ter aprovado, até Abril deste ano, apenas 2 (dois) projectos agrícolas contra os 420 projectos de cooperativa de camponeses desenvolvidos”, é sinal revelador, para o empresário Carlos Cunha, de que o sector não tem merecido, fora dos discursos da banca, a atenção necessária para que se desenvolva.

Contrapondo, o representante do Banco Fomento Angola (BFA), José Costa, explica que os proponentes ao crédito agrícola, raramente preenchem os cincos requisitos exigidos pelas intuições financeiras: capacidade técnica, idoneidade, histórica de crédito anterior (ficha limpa), viabilidade técnica e económica do projecto e adequabilidade das garantias.

E quando estão reunidos estes requisitos, mesmo assim, o crédito fica parado por razões de excesso de burocracia, rebate a jurista Leonor Ferreira, para quem é urgente imprimir celeridade processual e desburocratização da tramitação da documentação do crédito, sugerindo sua simplificação e também legislação que regule o investimento privado. Continua, “além da desburocratização no sector bancário, descentralizar as decisões administrativas de concepção de títulos de terras e outros documentos legais que possam garantir o crédito, são medidas que urge tomar”, conclui.

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