Angola produz 200 milhões de toneladas de mandioca por ano

Angola, com 200 milhões de toneladas por ano, é o único país africano que conseguiu atingir a auto-suficiência na produção de mandioca, disse à nossa reportagem o coordenador da Comissão Liquidatária da segunda fase do Projecto de Agricultura Familiar e Comercialização (MOSAP II).

Fotografia: DR

Em declarações ao Jornal de Angola, Paulo Sozinho, avançou que a auto-suficiência angolana na produção de mandioca foi alcançada em 10 anos, entre 2012 e Dezembro de 2023, sendo atribuída à implementação do MOSAP II, que dotou as famílias produtoras de novas técnicas de gestão dos sistemas de produtividade e permitiu retirar maior rendimento por hectare. Financiado em 95 milhões de dólares pelo Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) do Banco Mundial, o programa foi executado em 25 municípios e 80 comunas do Bié, Huambo e Malanje, beneficiando 200 mil famílias, onde a produtividade evoluiu de cinco toneladas de mandioca por família, para 30 mil.

As localidades abrangidas pelo MOSAP II também conseguiram produzir sete milhões de toneladas de milho e um milhão de toneladas de feijão, alimentos da cesta básica dos angolanos, afirmou Paulo Sozinho, defendendo a multiplicação de acções do género em todo o território nacional para acabar com a escassez generalizada de alimentos.

Incidindo sobre a capacitação, apoio à produção, comercialização, auto-suficiência económica e financeira e sustentabilidade das famílias no meio rural, o MOSAP II, executado pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), formou 600 engenheiros extensionistas rurais e regentes agrícolas, além de ter graduado cinco mil escolas de campo.

Para o aumento da produção e comercialização, Paulo Sozinho disse que o MOSAP II financiou 1.227 subprojectos de investimento, 1.058 de apoio à produção, 156 cadeias de valor e 13 de irrigação, que actualmente beneficiam 53 mil famílias em cinco mil hectares de terra irrigada.

As famílias camponesas do Capali, Lupili, Jambeco, Manda, Luvili, Capunje, Nema, Boa Esperança e Bongo, nos municípios da Cahala, Londuimbali, Bailundo e Mungo, na província do Huambo, e as do Nguli, Ndungula e Chissapa, na do Bié, beneficiaram de lagos artificiais, lagoas, barragens e valas de regadio para uma prática agrícola independente das chuvas.

Acessos: 14

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *