A afirmação foi proferida pela Administradora Executiva da Reform Morganstein S.A, Filomena Oliveira, quando intervinha no fórum angolano sobre agronegócio que decorreu no pretérito mês, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, sob o lema Agronegócio em Angola: caminhos para uma economia diversificada.
Em entrevista a Economia Rural (E.Rural), a também empresaria do agronegócio, afirmou que o país jamais atingirá a auto-suficiência alimentar, enquanto continuar a gastar milhões de dólares para importar alimentos e que só o faz por incapacidade de integração e gestão de projectos.
Outro participante no evento, Heitor Carvalho, economista e director do Centro de Investigação Económica (CINVESTEC) da Universidade Lusíada de Angola revela que o problema do país reside na direcção económica, isto é, fazem-se projectos agrícolas grandiosos e não são executados, ou seja, o problema não está somente na falta ou débil execução, mas na má concepção dos projectos, que são tão ambiciosos e desfasados da realidade.
Por isso, “todos em Angola devíamos aprender gestão de projectos. Nenhum funcionário público deveria passar de um ano para outro sem ser avaliado quanto à sua capacidade de gestão de projectos para não continuarmos a planificar projectos em cima de projectos, que iniciam mais não acabam, o que revela má gestão e incompetência da nossa parte.” remata, Filomena de Oliveira.
Como solução, a mesma explica que é necessário ter-se humildade e honestidade na elaboração dos projetos, e acima de tudo, esclarece, haver integração sectorial (primário, secundário e terciário da economia), entre os diversos planos, uma vez que não devem ser tomados isoladamente, frisou.
Adiante, Filomena Oliveira, professando conhecer o potencial agrícola do país, considera que em muitos alimentos o país nunca será sustentável, mas o caminho certo deve ser investir intensamente na produção rural, com foco nos produtos da dieta alimentar dos angolanos.
A 3ª edição do Fórum Angolano de Agronegócio contou com a presença de mais de 300 participantes dos sectores da banca, seguro, pesca, comércio, academia, entre outros.
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